23 de mar. de 2009

Carnaval cultural 2009 - 3ª edição

O colar luminoso da cidade que surge no horizonte, avisa que estamos chegando...
Brasília esta ali, querendo nos abraçar, dando-nos: boas vindas. Ainda é época de chuvas e a cidade esta verde e florida.
Mais de dois meses se passaram, caminhamos por cinco países, foram mais de 10.000 Km. Ufa!
Todo retorno é um recomeço, a mesa de trabalho está vazia, livres de papeis. Este fato nos lembra que em breve novos papéis embalarão renovadas idéias e sonhos.

Foram dois meses cheios de atividades, realizações e muita satisfação.
Em nossa última escala, à beira do Guaíba, passamos boas horas antes de seguir viagem. Porto Alegre respira cultura! Os antigos palacetes, herança do Estado poderoso, antes ocupado por sedes de bancos ou secretarias do governo, agora são museus que cuidam do acervo histórico e Artístico da cidade, impulsionando a Cultura. Tão serio é o trabalho de recuperação da memória, que o belo e antigo Hotel Majestic, cujos primeiros desenhos de sua fachada, foram feitos em 1903 teve sua arquitetura preservada e transformada em Casa de Cultura. A construção deste hotel era tão ousada e inédita para a época, que foi construída em etapas. A primeira etapa só foi iniciada em 1916 e concluída em 1918, sendo totalmente concluído em 1933. Em 1983, com ajuda da pressão popular, o Hotel Majestic foi transformado em Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), hoje, certamente, um referente cultural e histórico para o país.
Visitamos também, a Rua dos Andradas, mas conhecida como Rua da Praia, lá, reencontramos um grupo de índios equatorianos vestidos a caráter, tocando e interpretando melodias típicas. O som das músicas indígenas é tão forte, denso, que é capaz de transportar nossas mentes para outra época ou mesmo região.

Durante nossa temporada no Uruguai fomos ao interior profundo, numa pequena cidade onde as coisas demoram em acontecer, para lançar nosso último livro em espanhol: Mosaico.

O evento que organizamos se chama Carnaval Cultural, e, desde 2006 produzimos cultura durante a semana de carnaval (no início fomos chamados de fantasiosos).
Todo ano, nosso lançamento é pretexto para organizar um evento que inclua vários gêneros artísticos. Este ano, na 3ª edição, por primeira vez não contamos com convidados de fora do pueblo, nem foi necessário, apresentaram-se mais de trinta artistas, todos da região.
Os artistas plásticos brindaram-nos com uma mostra de seus quadros.

O novo grupo de bailarinas da cidade (criado este ano) apresentou nove estudantes de dança, que interpretou bailes flamengos. Prometeram voltar no próximo ano com outros números.



Os jovens que iniciaram no ano passado, o curso de arte dramática, nos presentearam com uma passagem de Dom Quixote.
Nesta edição, abrimos espaço ao público, para que pudessem participar mais ativamente lendo seus textos.

O sucesso foi tão grande, que gerou em nós uma inquietação: editar um livro apenas com escritores locais (inéditos, em sua maioria). Este projeto é para o próximo ano, e, já estamos trabalhando neste sentido.


Aos músicos, correspondeu o fechamento do evento. Os estudantes do Instituto Robert Schummann, também criado em 2008, colocaram um broche de ouro: um pequeno de cinco anos, que roubou aplausos emocionados de todos os presentes. Em nós, deixo uma paz imensa e a sensação do dever cumprido.
Quando começamos em 2007, almejávamos realizar eventos com artistas locais, tínhamos bem claro que levaria tempo, mais os louros chegaram tão rápido que nos surpreendeu. Sentimo-nos instigados a aceitar novos desafios, com prazer.

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